UM PADRE, UM VANGUARDISTA ABSOLUTO!

UM PADRE, UM VANGUARDISTA ABSOLUTO!

 

 

 

 

Não existe uma concordância mundial a respeito de quem inventou o rádio, da mesma forma que muitos países não aceitam Santos Dumont como o Pai da Aviação. Alguns creditam o descobrimento das ondas de rádio ao cientista e inventor italiano Guglielmo Marconi.

Mas, como em boa parte das histórias das descobertas e das invenções, se comete uma injustiça, e neste caso a injustiça é com um cientista brasileiro, predecessor de Marconi e de outros.

 

O padre-cientista Roberto Landell de Moura, nascido em 21 de janeiro de 1861 em Porto Alegre, construiu diversos aparelhos que expôs ao público na capital paulista em 1893, e nesta ocasião, estabeleceu os princípios básicos nos quais se fundamentaria todo o progresso e a evolução das comunicações como conhecemos hoje.


Suas teses, firmadas antes de 1890, previram a telegrafia sem fio, a radiotelefonia, a radiodifusão, os satélites de comunicações e os raios laser.

 

Conforme relata Julio César de Oliveira Medeiros (2007), a primeira transmissão a rádio da voz humana foi realizada por Landell ainda em 1893:

 

“No Brasil, o Padre Roberto Landell de Moura (...) projetou um transmissor de rádio e fez a primeira transmissão da voz através de ondas eletromagnéticas, na Av. Paulista, cidade de São Paulo, em 1893.”

 

“Ouvida com clareza em um receptor instalado no alto de Santana, a uma distância de oito quilômetros, a transmissão pública pode ser considerada a primeira do mundo, por ter ocorrido bem antes dos experimentos bem-sucedidos de Marconi.”

 

“Precursor das comunicações de rádio no Brasil, o Padre Moura, devido às inúmeras dificuldades, não pôde patentear o seu importante invento.”

 

Como se pode observar, apesar do êxito, as experiências do Padre não tiveram o devido reconhecimento, nem das pessoas comuns, nem das autoridades.

 

Visto por uma população ignorante como "herege", "impostor", "feiticeiro perigoso", "louco", "bruxo" e "padre renegado" por seus experimentos envolvendo as transmissões de rádio dois dias antes em São Paulo, Landell pagou com sofrimento, isolamento e indiferença sua posição de absoluto vanguardismo científico.

 

Em 1905, ao retornar ao Brasil após uma estada de três anos nos Estados Unidos, ainda teve energia para enviar uma carta ao presidente da República, Rodrigues Alves. Solicitava dois navios da esquadra de guerra para demonstrar os seus inventos que revolucionariam a comunicação.

 

O assistente do presidente, no entanto, preferiu interpretá-lo como um "maluco" e o pedido foi negado. Na Itália, quando fez pedido semelhante, Marconi teve toda a esquadra à disposição.