Pesquisa investiga variações florísticas na Mata Atlântica

Pesquisa investiga variações florísticas na Mata Atlântica

Foto: Lucia Sevegnani

O mestrando João Paulo Maçaneiro, do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal da FURB, defende nesta quinta-feira (12-02), às 9 horas, no auditório do Campus II, a dissertação intitulada Variações Florísticas e estruturais e suas correlações com variáveis ambientais e espaciais em um remanescente de Floresta Atlântica Subtropical. A pesquisa foi orientada pelo Prof. Dr. Lauri Amândio Schorn.
 
Neste trabalho, o autou buscou caracterizar a composição e estrutura de um remanescente de Floresta Pluvial Subtropical Atlântica, localizado na RPPN Chácara Edith em Brusque - SC, de forma a investigar atributos relacionados com as variações florísticas e estruturais desse remanescente, bem como os padrões de distribuição das espécies arbóreo-arbustivas em função de variáveis ambientais e espaciais.
 
Na introdução (Fitossociologia do estrato arbóreo-arbustivo de um remanescente de Floresta Pluvial Subtropical Primária no Sul do Brasil), o principal objetivo foi caracterizar a composição florística e estrutura fitossociológica do estrato arbóreo-arbustivo, bem como comparar a composição dessa floresta com outros remanescentes de Floresta Pluvial Subtropical de Santa Catarina. Calculamos os parâmetros fitossociológicos para as espécies e realizamos análises de agrupamentos e ordenação.
 
No Capítulo 2 (Variações na composição e estrutura da vegetação permitem detectar unidades topográficas em um remanescente de Floresta Pluvial Subtropical no Sul do Brasil?), o autor verificou se as variações na composição florística e estrutura fitossociológica do estrato arbóreo-arbustivo permitem detectar unidades topográficas do terreno. Realizamos análises de agrupamentos e ordenação, calculamos os parâmetros fitossociológicos para as espécies dos grupos florísticos e detectamos as espécies indicadoras de cada grupo.
 
O Capítulo 3 (Apenas o ambiente importa? Evidências sobre a importância do espaço na variação dos padrões florísticos em um remanescente de Floresta Pluvial Subtropical), avaliamos se os fatores ambientais e espaciais exercem influência sobre os padrões de composição das espécies arbóreo-arbustivas. Efetuamos análises de ordenação, regressão e partição da variância.
 
Resultados
Os resultados indicaram que o remanescente florestal analisado é constituído por vegetação primária alterada, em fase muito adiantada de reconstrução da sua estrutura. Observou-se a formação de dois grupos florísticos entre os locais comparados, sendo que o primeiro deles foi composto por trabalhos da região Sul Catarinense e, o segundo, por trabalhos da região do Vale do Itajaí. Verificou também um padrão estatisticamente significativo na formação dos grupos florísticos em função da posição topográfica da encosta, revelando que é possível detectar unidades topográficas do terreno em função das variações na composição e estrutura da vegetação. As variáveis ambientais elevação e declividade do terreno foram os preditores mais importantes para explicar as variações florísticas na área de estudo. No entanto, o espaço, geralmente negligenciado em investigações sobre a vegetação sul-americana meridional, também possuiu um papel relevante, indicando que os estudos realizados em escalas locais sobre padrões florísticos da Floresta Atlântica devem levar em consideração o componente espacial.
 
Conclusões
Por fim, concluiu que a presente dissertação gerou informações importantes para o conhecimento da composição e estrutura de uma Floresta Pluvial Subtropical Atlântica no Sul do Brasil, além de mostrar que é possível detectar unidades topográficas do terreno em função das variações na composição e estrutura da vegetação, e os principais padrões de distribuição das espécies arbóreo-arbustivas ao longo de um gradiente ambiental.