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Introdução
 
 
Acadêmico(a): Filipe Rodrigo Miguel
Título: IRIS: PLATAFORMA PARA TRIAGEM DE DEFICIÊNCIAS VISUAIS DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR
 
Introdução:
De acordo com o último censo realizado no Brasil pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, foi relatado a existência de algum tipo de anomalia visual em pelo menos 36 milhões de habitantes (SEDPD, 2010). Dentre estes, 0,02% apresentam cegueira completa, 3% possuem grande dificuldade de enxergar e 15,3% apresentam alguma manifestação de deficiência visual. O número de crianças entre 0 a 14 anos que possuem alguma dificuldade visual representam 5,3% da população total que mesmo não sendo um número tão alto, pode ser agravado se não for diagnosticado precocemente. A pesquisa ainda constata que 20,1% da população entre 15 a 64 anos possuem limitação visual, aumentando para 49,8% a incidência de anomalias visuais para pessoas acima de 65 anos. Toledo et al. (2010) expõem que muitos pais acabam procurando acompanhamento pedagógico ou até mesmo psicológico para as crianças, afim de lidar com os problemas de aprendizagem. Porém, o problema pode estar relacionado à anomalias visuais, que na maioria dos casos passa despercebido e a criança pode não estar sendo tratada corretamente (TOLEDO et al., 2010). Conforme a Clínica de Olhos Oftalmovillas (2016) retrata, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação (MEC) apontou que 23% dos casos de evasão escolar estão ligados a deficiências visuais manifestadas de alguma forma nas crianças, mostrando-se uma parcela significativa das causas dos problemas de aprendizagem em escolas. A consequência disso é confirmada pelo estudo do Instituto Penido Burnier em Campinas, que indica que 57% dos estudantes com problemas visuais também tem problemas de desatenção, são agitados e possuem dificuldades de concentração (CLÍNICA DE OLHOS OFTALMOVILLAS, 2016). Já o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) apresenta dados preocupantes, segundo o órgão, 3% a 10% das crianças entre 7 a 10 anos precisam usar óculos e 80% nunca realizaram qualquer exame, conforme exposto por Taleb et al. (2012). Como Rocha et al. (2014) citam em seu artigo, em um estudo sobre a prevalência de doenças oculares realizado em Petrópolis, Rio de Janeiro, com crianças de 0 a 12 anos de idade, o diagnóstico mais frequente (60,9%) foi o erro refrativo, sendo a hipermetropia (56,88%) mais registrada, seguida pelo astigmatismo (35,31%) e miopia (7,81%). Outra condição, que na maioria das vezes é negligenciada ou o portador nem se dá conta de que possui, é a discromopsia, também conhecida com daltonismo que se caracteriza pelo portador não ser capaz de visualizar certas cores, podendo chegar a níveis onde o portador só é capaz de enxergar em preto e branco Segundo Soares (2009), os exames de detecção destas anomalias em âmbito escolar brasileiro atualmente são extrememente precários e não há controle algum de tratamento estatístico adequado. Após análise de diversos equipamentos e programas de triagem existentes, Soares (2009) apontou algumas deficiências no processo praticado. Dentre elas estão a ergonomia inadequada tanto das crianças quanto dos profissionais, ausência de padronização da realização dos exames, ausência de equipamento de baixo custo e fácil utilização e, o exame deve ser realizado periodicamente, porém normalmente não é feito. Outros pontos apontados por Soares (2009) são o alto custo para mobilizar os profissionais de saúde para a realizarem os testes de triagem e a ausência de integração dos dados obtidos entre as escolas ou, até mesmo, das secretarias municipais de educação. Diante deste contexto, este trabalho apresenta o desenvolvimento de uma plataforma que auxilie a triagem do daltonismo e de erros refrativos de baixa ordem, abrangendo miopia e hipermetropia em crianças no ambiente escolar.