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Introdução
 
 
Acadêmico(a): Lucas Cazagranda
Título: APRENDENDO BRAILLE: O ENSINO DO SISTEMA BRAILLE COM O USO DO TAGARELA
 
Introdução:
A leitura e escrita sempre fizeram parte das atividades do ser humano. Ribeiro, Chagas e Pinto (2007) afirmam que até meados do século XV a comunicação escrita era uma prática social bem estabelecida, mesmo já sendo utilizada há pelo menos dois mil anos. As pessoas preocupavam-se em preparar e reproduzir, por exemplo, através da técnica de copiar a mão, os livros existentes. Monteiro (2001) destaca que “a escrita foi, sem dúvida, uma das tecnologias de comunicação mais importantes para o progresso da humanidade e para o desenvolvimento do conceito de comunicação de massa. Sem ela, provavelmente, a história das grandes civilizações do mundo estaria perdida.” Entretanto, essa prática, no início, além de demorada, ficava restrita apenas às pessoas com alto poder aquisitivo. “Foi por volta de 1450 que Gutenberg inventou a prensa de tipos móveis. Com esse invento, tornou-se possível imprimir milhares de cópias idênticas de panfletos e livros.” (RIBEIRO; CHAGAS; PINTO, 2007, p. 31). Essa invenção levou um grande número de pessoas a se interessar pela leitura e, consequentemente, tendo acesso à informação, ampliar seus conhecimentos. Segundo Tillmann (2013, p. 31-32), “a capacidade de ler proporciona ao indivíduo uma independência social, visto que ele possui autonomia e liberdade para escolher suas leituras e, dessa forma, adquire acesso ao conhecimento, através do seu livre arbítrio”. Com o passar dos anos, a escrita evoluiu, porém, as pessoas cegas ficaram restritas à comunicação oral. “Somente a partir da invenção do Sistema Braille em 1825 e da sua publicação oficial em 1829, pelo jovem cego francês Louis Braille, [...], as pessoas cegas tiveram acesso a um sistema de leitura e escrita adaptado às suas necessidades.” (TILLMANN, 2013, p. 36), dando às pessoas com deficiência visual uma nova perspectiva de acesso à informação e ao conhecimento. Atualmente, o Sistema Braille, como é conhecido, possui a mesma configuração publicada e desenvolvida por Louis Braille. Com o tempo, a escrita braille começou a ser utilizada em pequenas escalas, com a impressão de panfletos e poucos livros, e, atualmente, pode-se observar a utilização desta em embalagens de produtos e mídias. Contudo, esse sistema continua sendo de conhecimento de um grupo seleto de pessoas que necessitam de sua utilização como meio de informação e comunicação. Machado (2011) mostra exatamente esta realidade, ao afirmar que, em um questionário realizado com professores, ficou evidente o desconhecimento e o não reconhecimento do Sistema Braille como um sistema de leitura e escrita.
Esse desconhecimento reflete-se também no processo de alfabetização de crianças com deficiência visual. Atualmente, muitos pais e professores deixam que esse conhecimento se limite apenas ao professor de Atendimento Educacional Especializado que atende a criança com deficiência visual no contexto escolar. Isso faz com que a criança fique limitada a apenas uma pessoa, que possa lhe auxiliar no seu desenvolvimento. Seguindo no contexto da educação especial, é possível encontrar facilmente aplicações que auxiliam nesse processo, sejam para a comunidade, pais, educadores ou crianças. Atualmente, na FURB, sob orientação do professor Dalton Solano dos Reis, diversos acadêmicos têm trabalhado com o desenvolvimento do Tagarela, uma ferramenta inicialmente criada para auxiliar crianças com dificuldades de comunicação. Com o passar do tempo o escopo do Tagarela foi incrementado, ampliando sua abrangência, para atender não só na comunicação dessas crianças, como também para o desenvolvimento dela com jogos e atividades. Existem alguns projetos em andamento para sua ampliação e promover a interação com Libras, a Língua Brasileira de Sinais, dentro do aplicativo. Desta forma, este trabalho tem o intuito de ampliar o Tagarela incrementando um novo módulo ao aplicativo, possibilitando, por meio de guias e atividades, tomar conhecimento de como funciona o Sistema Braille. Considera-se que ao interagir de forma prazerosa com um aplicativo interativo que apresente a simbologia braille, as pessoas não conhecedoras do referido código estreitarão sua relação com as pessoas cegas, contribuindo, assim, com a difusão do Sistema Braille, sua aceitação e disponibilidade, ampliando, dessa forma, a acessibilidade comunicacional e interpessoal das pessoas cegas.