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Introdução
 
 
Acadêmico(a): Jonathan Rodrigues Ev
Título: Protótipo de um tradutor de textos de língua portuguesa para libras
 
Introdução:
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no Brasil existem cerca de 9,7 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência auditiva, das quais, cerca de 345 mil não conseguem ouvir de modo algum (SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, 2010). Para essas pessoas, uma eficiente forma de comunicação alternativa à fala são as línguas de sinais.
As línguas de sinais são, portanto, consideradas pela linguística como línguas naturais ou como um sistema linguístico legítimo e não como um problema do surdo ou como uma patologia de linguagem. Stokoe, em 1960, percebeu e comprovou que a língua dos sinais atendia a todos os critérios linguísticos de uma língua genuína, no léxico, na sintaxe e na capacidade de gerar uma quantidade infinita de sentenças. (QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 30).
No Brasil, a língua de sinais utilizada é denominada LÍngua BRAsileira de Sinais (LIBRAS), que, devido a grande complexidade que possui, acaba sendo a língua materna de grande parcela dos surdos. Seu ensino é apoiado no Decreto Federal 5626, de 22 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005), que estabelece a obrigatoriedade, desde a educação infantil, do ensino da LIBRAS e também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos. Na prática muitos surdos dominam menos, por vezes nada, da Língua Portuguesa. Com isso, a comunicação entre pessoas surdas com pessoas sem deficiência auditiva normalmente é dificultosa, e muitos grupos de pais ainda têm resistência em alfabetizar seus filhos surdos com LIBRAS, o que compromete ainda mais o aprendizado destes indivíduos. Por isso, Santana (2007) afirma a necessidade de a sociedade realizar esforços para reconhecer surdez como uma diferença, não como deficiência, e reafirma a importância social de um indivíduo surdo conhecer LIBRAS.
Conferir à língua de sinais o estatuto de língua não tem apenas repercussões linguísticas e cognitivas, mas também sociais. Se ser anormal é caracterizado pela ausência da língua e de tudo que ela representa (comunicação, pensamento, aprendizagem, etc.), a partir do momento em que se tem a língua de sinais como língua do surdo, o padrão de normalidade também muda. Ou seja, a língua de sinais legitima o surdo como “sujeito de linguagem” e é capaz de transformar a “anormalidade” em diferença. Isso é resultado de uma luta pela redefinição do que é considerado normal. A ideia de que a surdez é uma diferença traz com ela uma delimitação de esferas sociais: a identidade surda, a cultura surda, a comunidade surda. (SANTANA, 2007, p. 33).
Diante do exposto, foi construído um protótipo de ferramenta capaz de traduzir textos escritos em Língua Portuguesa para LIBRAS. Para tanto, foi definido um processo para converter sentenças escritas em Língua Portuguesa para sentenças correspondentes em LIBRAS. Após esta conversão, são exibidos os sinais de LIBRAS equivalentes, tomando como base o Dicionário da Língua Brasileira de Sinais (LIRA; SOUZA, 2005).