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Introdução
 
 
Acadêmico(a): JÚLIO CESAR FIAMONCINI
Título: APLICATIVO PARA AUXÍLIO GERENCIAL DE PRODUÇÃO AQUICULTURAL APLICADO À PISCICULTURA
 
Introdução:
Desde tempos primordiais, a pesca se fez presente nas atividades produtivas da humanidade. Os recursos pesqueiros marítimos, costeiros e continentais constituem importante fonte de renda, geração de trabalho e alimento, tendo contribuído para a permanência do homem no seu local de origem (MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA, 2011a). Ainda segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura (2011b), o país produz aproximadamente 1,25 milhões de toneladas de pescado, sendo 38% cultivados. A atividade gera um Produto Interno Bruto (PIB) pesqueiro de R$ 5 bilhões, mobiliza 800 mil profissionais entre pescadores e aquicultores e proporciona 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos.
A atividade responsável pela criação de organismos de vida aquática é denominada Aquicultura, e é considerada uma atividade multidisciplinar, englobando nesse contexto plantas aquáticas, molucos, crustáceos e peixes. A intervenção ou manejo do processo de criação é imprescindível para o aumento de produção (OLIVEIRA, 2009).
Os dados do Ministério da Pesca e Aquicultura (2011c) demonstram que, em 2011, a produção aquícola nacional foi de 628.704,3 toneladas, o que representa um incremento de 31,1% em relação à produção de 2010. Seguindo o mesmo padrão observado nos anos anteriores, a maior parcela dessa produção é oriunda da aquicultura continental, na qual se destaca a piscicultura continental (criação de peixes em água doce), com uma produção de 544.490 toneladas, representando 86,6% da produção total nacional.
Diante dessa realidade, não é difícil chegar à conclusão de que esse é um setor produtivo extremamente promissor para a indústria brasileira, e como tal, é válida a exploração de métodos que auxiliem o piscicultor na produção, ajudando a impulsionar o crescimento dessa modalidade.
Apesar de ser um setor de grande produtividade, uns dos pontos fracos da piscicultura, que impedem seu desenvolvimento, é a ausência de assistência técnica e a fragilidade na gestão de produção. A ausência de visão de negócios, necessidade de capacitação dos empreendedores, pouco conhecimento da cadeia e demais fatores relacionados à deficiência na gestão, resultam na baixa rentabilidade e enfraquecem a atividade como um todo. Com relação à assistência técnica, verifica-se que esse serviço é quase inexistente no território. É essencial a atuação de técnicos com compromisso e metas estabelecidas, para atender os piscicultores que muito necessitam de informações e orientação por parte destes, fundamentalmente nas áreas de tecnologia de produção, de manejo alimentar, de boas práticas, entre outros (SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 2011).
Conforme Garcia, Firetti e Sales (2007), a maioria dos sistemas disponíveis para venda aos piscicultores são programas de computador que auxiliam no controle técnico e econômico da atividade, porém de forma inespecífica ao sistema de produção. Esses sistemas não tem seu foco na área de negócio da piscicultura e portanto, não oferecem funcionalidades específicas para o manejo de criação de peixes e emissão de relatórios próprios para a necessidade do piscicultor.
Em se tratando de aquicultura continental, a qual a piscicultura continental possui grande destaque, a região sul brasileira é a maior produtora em todo o Brasil, com uma produção de 153.674,5 toneladas de pescado em 2011, respondendo por 28,2% da produção nacional nessa modalidade. A análise desses mesmos dados por unidade da federação demonstra que o estado de Santa Catarina é o segundo maior produtor de pescado continental do Brasil, com 53.641,8 toneladas, atrás apenas do estado do Paraná, com uma produção de 73.831,1 toneladas (MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA, 2011c). A Tabela 1 detalha a produção das regiões do Brasil nesse período.
Esses dados demonstram que investimentos na região do estado de Santa Catarina são válidos e relevantes. A alta produtividade dessa região denota um potencial para geração de riquezas desse porte.
Em Santa Catarina, estão estabelecidos em torno de 22.930 produtores que, em 2008, produziram 26.018 toneladas de peixes, correspondendo a R$ 78.055.452,00 para os piscicultores. De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento Rural da Prefeitura de Blumenau, há 1,2 mil propriedades rurais no município, sendo que 80% delas têm lagoas de criação. Com uma produtividade local que pode alcançar entre sete ou oito toneladas por hectare, a piscicultura já é a segunda maior fonte de renda da propriedade rural, mas logo deve superar a produção de leite, ainda a principal atividade agrícola no município (GOMES et al., 2012).
Tendo em vista esse cenário, foi vista a oportunidade de desenvolvimento de um aplicativo desktop que apoie o piscicultor no controle de produção de pescado através do registro de informações referentes à prática de piscicultura. A natureza desktop do aplicativo a ser desenvolvido casa positivamente com a realidade remota de seus mais prováveis locais de utilização, cuja a conectividade com a internet apresenta-se nula ou limitada. Além deste registro tem-se também a necessidade de emissão de relatórios para auxiliar na tomada de decisões e alertas em meio ao registro, quando de ações não recomendadas segundo as boas práticas de manejo definidas em seu desenvolvimento.