Workshop analisa 20 anos da obra do diretor Quentin Tarantino

Workshop analisa 20 anos da obra do diretor Quentin Tarantino

Foto: Sir Midlred Pierce/http://creativecommons.org/licenses/by/2.0/deed.pt

Uma das maiores influências do escritor Maicon Tenfen, professor de Literatura Brasileira da Universidade Regional de Blumenau (FURB), não é conhecido por escrever livros e chegou aos seus olhos pela primeira vez no inverno de 1994, em uma sala de cinema de Blumenau, sob o título “Pulp Fiction: Tempo de violência”. Nos dias 29 e 30 de outubro, Tenfen presta homenagem ao talento de Quentin Tarantino com um workshop que celebra os 20 anos de lançamento do primeiro longa-metragem do diretor e roteirista norte-americano, “Cães de aluguel”. O evento é organizado pelo Centro Acadêmico de Letras e conta com apoio do SESC-Blumenau.

 
Em duas sessões de duas horas e meia no Auditório do Bloco T, com início às 19h, o professor e escritor vai exibir fragmentos de todos os filmes dirigidos por Tarantino, além de “Amor à queima roupa” e “Um drink no inferno”, roteirizados por ele. “Tarantino trouxe uma revolução para a linguagem do cinema, como a quebra narrativa e o uso da paródia para homenagear e criar releituras de gêneros como faroestes, guerra, filmes de gângsteres e ninjas. ‘Pulp Fiction’ influenciou muito meus dois primeiros livros e, nesse aniversário de 20 anos, gostaria de fazer algo especial”, revelou Tenfen – de fato, seu livro de estreia, “Entre a brisa e a madrugada”, de 1996, conta a história de um traficante que procura a afilhada perdida em uma grande cidade, sinopse que se enquadraria com facilidade no trabalho do diretor.
 
Utilizando como base teórica pensadores pós-modernos como Fredric Jameson e Linda Hutcheon, o objetivo do workshop será discutir a cultura da paródia no cinema tarantiniano, e avaliar aspectos formais e temáticos dos seus filmes. “Um tópico que certamente virá à tona será o da violência no cinema, e então veremos que, em se tratando de Tarantino, não se pode falar de uma única categoria de violência, mas de várias, a ponto de chegarmos a um paradoxo inevitável: seus filmes não tratam da violência na vida real, tampouco da violência no cinema em si, mas de uma violência que parodia, ironicamente, a linguagem de violência predominante nas indústrias cinematográficas periféricas”, prevê o escritor.