Conhecido formalmente como Leben und Gesunheidt (Vida e Saúde), o projeto da universidade de Greifswald em parceria com a Universidade Regional de Blumenau (FURB) está instalado na cidade de Pomerode e em 2022 deve iniciar nova coleta de exames com a população local.

 

Os estudos começaram na região da Pomerânia, por conta dos índices de vida e saúde estarem entre os mais baixos do país, com muitas doenças comuns entre seus habitantes. Para tentar entender e solucionar o problema, a universidade alemã criou, em 1997, o projeto de pesquisa que traçaria um perfil de saúde para aquela região, identificando as doenças mais comuns e fatores de riscos através de exames com a população. O sucesso do projeto trouxe a parceria com Universidade Regional de Blumenau (FURB), em 2010.

 

A cidade escolhida foi Pomerode, pelo contexto histórico dos pomeranos que colonizaram a cidade, vindos da região da Pomerânia, o que seria hoje o estado de Mecklemburgo.

A FURB, através do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, foi a responsável pela realização do SHIP-Brasil. Com o objetivo de definir um perfil de saúde da população de Pomerode, por meio de exames realizados com seus habitantes para detectar as doenças prevalentes e seus fatores de risco.

 

A primeira etapa da coleta de dados foi de 2014 a 2018, feita no campus 5 da Universidade Regional de Blumenau, com os pomerodenses indo até a Universidade, com auxílio da Prefeitura de Pomerode para o transporte. “Agora, vamos levar enfermeiras e bolsistas para lá (Pomerode) para fazer os exames e a coleta, porque a logística vai ficar mais fácil”, explica um dos coordenadores do projeto SHIP-Brasil, Clovis Arlindo de Souza, sobre a segunda onda de coletas.

 

Segundo Clovis, o projeto recebeu a aprovação de emenda parlamentar, cujo recurso será utilizado na nova etapa.

 

O planejamento é que  professores, pesquisadores e bolsistas comecem os exames a partir do ano de 2022. “A cidade de Pomerode nos cedeu uma sala para realizarmos as coletas de dados e exames. Com coletas cardiológicas, de estilo de vida, antropométricos, podendo nos possibilitar um estudo de corte e acompanhamento”, relata o coordenador. 

 

A coleta de exames está prevista para iniciar no ano de 2022 e se estender até 2024. A enfermeira Karina Passero será a encarregada de fazer os exames, no espaço cedido.

 

 

A enfermeira encarregada de fazer os exames nesta segunda onda, a Karina Passero, é formada em enfermagem pela FURB e teve a oportunidade de participar, como bolsista, da primeira coleta de exames, entre 2014 e 2018. “Nesta fase, o SHIP permitiu que eu desenvolvesse competências profissionais interativas, no que se refere a associação entre a teoria às práticas de assistência, ensino, pesquisa e gestão”, relatou a enfermeira.

 

Ela conta com orgulho que essa fase como bolsista fez com entendesse mais sobre a pesquisa, como suas dificuldades, desafios, a importância de um estudo como esse para a população e como a motivou a continuar na área da enfermagem.

 

A partir de 2018, Karina pôde ingressar no projeto como profissional. “Como enfermeira, permanecem os aprendizados, que são constantes, e o desafio de realizar uma pesquisa tão grande, em meio a um cenário de fragilidades na pesquisa brasileira”, conta a egressa.  

Recentemente, Karina Passero, terminou seu mestrado em saúde coletiva e usou os dados coletados nos exames do projeto SHIP-Brasil para sua dissertação. “Foi um orgulho enorme poder usar os dados que auxiliei a coletar, ainda como bolsista, na minha dissertação”, afirmou a enfermeira.

 

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