Pesquisadores da FURB desenvolvem tingimento natural como alternativa para indústria têxtil mais sustentável

Pesquisadores da FURB desenvolvem tingimento natural como alternativa para indústria têxtil mais sustentável

Foto: RTE FURB

O tingimento de tecidos de forma mais barata e com menor impacto ambiental é uma alternativa que está disponível para licenciamento por meio da Agência de Inovação Tecnológica (Agit) da FURB. O processo de tingimento com o corante de urucum é uma criação que está em análise pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e que foi idealizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental da FURB. Este é o tema do programa Vitrine.TEC desta quarta-feira (24).

 

A solução desta inovação foi proposta na linha de pesquisa de mitigação de impactos ambientais no tratamento de efluentes de indústrias têxteis. Esta atividade industrial é bastante comum em Santa Catarina, especialmente no Vale do Itajaí. Profissional com larga experiência no mercado têxtil, o hoje Professor Universitário do Departamento de Engenharia Química, Marcel Jefferson Gonçalves, não teve dúvidas em abordar esta temática durante sua tese de Doutorado, pelo PPGEA/FURB.

 

“O efluente contendo corantes sintéticos, é de difícil remoção. Trabalhando com corantes naturais, nós eliminamos a fonte poluidora. Iniciamos o trabalho em 2018 com uma dissertação de mestrado, mas também com base em uma experiência em casa. (...) Eu estava em casa um dia fazendo um cachorro-quente, esquentei o cachorro-quente, coloquei no micro-ondas com pote plástico, fizemos a refeição, fui lavar o pote plástico e quem diz que sai aquele corante vermelho? Não sai, você pode lavar e não sai. Está aí uma boa fixação de corantes naturais que resistem a altas temperaturas e processos de lavação, foi aí que surgiu a luz para investigar corantes naturais para fazer tingimento de fibras plásticas”, recorda o pesquisador Marcel Gonçalves.

 

A dissertação citada pelo professor foi a primeira na qual ele teve participação. O trabalho foi produzido pela hoje mestre em Engenharia Química pela FURB, Amanda Madruga Bueno, que foi incluída como inventora do processo, assim como seu orientador no mestrado, Sávio Leandro Bertoli, e a professora Ivonete Oliveira Barcellos.

 

Após a realização da pesquisa de anterioridades, o processo foi submetido à análise do INPI, sendo reconhecido e estando ainda em fase de análise. Segundo os autores da invenção, os corantes naturais, como o caso do Urucum, demonstram uma alternativa para reduzir impactos ambientais de corantes sintéticos ao meio ambiente. Durante o processo sob o qual incide a patente, há as etapas de acidificação e dispersão em meio aquoso, para efetivar o tingimento dos tecidos de poliéster.

 

Entre os benefícios da invenção, está o seu caráter sustentável e biodegradável, o fato dele ser um antifúngico natural e sua qualidade com custo mais acessível. A iniciativa inovadora integra a Vitrine Tecnológica da Agit, que conta com mais de 20 tecnologias disponíveis para licenciamento. Empresários ou investidores interessados na ideia podem entrar em contato com a Agência de Inovação Tecnológica da FURB, através do telefone (47) 3321 0605 e do e-mail agit@furb.br.

 

Vitrine.TEC

 

Confira a entrevista completa sobre o projeto no programa Vitrine.TEC desta semana: