Aplicações de Terapias Orientais estão se tornando cada vez mais comuns no mundo. Tanto que em 2006, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) como uma prática segura e eficaz. No Brasil, a MTC está entre os tratamentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e segundo dados do Ministério da Saúde, o número de pessoas que buscam as chamadas práticas integrativas e complementares no SUS aumentou 46% entre 2017 e 2018. Entre essas práticas está a Acupuntura.

 

A professora Caroline Valente, coordenadora do curso de Especialização em Acupuntura, oferecido pela Universidade Regional de Blumenau (FURB) e que está com inscrições abertas, explica que a técnica veio da China, “é uma prática milenar e há algum tempo ela vem sendo desenvolvida, estudada e também trabalhada aqui no Brasil”, ressalta a coordenadora.

 

A técnica pode ser usada em alguns tipos de tratamentos, como explica Caroline, “a Acupuntura pode ser utilizada para tratar desequilíbrios energéticos e esses desequilíbrios muitas vezes estão relacionados com desequilíbrios emocionais ou até mesmo com fatores externos, como o clima, que pode estar afetando de forma negativa esse equilíbrio do nosso organismo, então a Acupuntura  vem para equilibrar essa energia e dessa forma trazer um bem estar”, comenta a professora.

 

Além desses fatores, a Acupuntura ajuda também a tratar problemas emocionais e pode ser utilizada para tratamentos de dores, como no caso da tensão pré-menstrual, a famosa TPM. 

A professora Caroline Valente pesquisa a relação entre Acupuntura e TPM, “no estudo a gente utilizou uma técnica chamada auriculoterapia, que faz parte da Medicina Tradicional Chinesa e utiliza o pavilhão auricular, onde são colocadas sementes de mostarda, em pontos que são mapeados. É como se a gente tivesse um microssistema na orelha, nós temos mapeados vários pontos e colocamos as sementes nesses pontos que vão gerar uma resposta no nosso organismo”, explica a coordenadora.

 

A pesquisa foi feita com estudantes do curso de Biomedicina da FURB, com mulheres entre 19 e 27 anos de idade, com sintomas de TPM.  O estudo mostrou que grande parte das estudantes tiveram diminuição dos sintomas, como ansiedade, cólica e irritabilidade. “A auriculoterapia trouxe vários benefícios, chegando ao ponto, por exemplo, de diminuir em 44% ansiedade, uma diminuição bem expressiva. Esse trabalho está sendo publicado numa revista chamada Cadernos de Naturologia e Terapias Complementares, que logo estará disponível”, afirma Caroline Valente.

 

Oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a busca por este tipo de tratamento tem aumentado muito. Com isto, os profissionais da área estão aprofundando seus conhecimentos. Para atender essa demanda, a Universidade Regional de Blumenau criou a Especialização em Acupuntura. “A gente percebeu que a FURB tinha uma grande estrutura e tem muita procura mas ainda não tinha um curso. A gente tem na graduação alguns cursos que têm a disciplina, onde se dá uma introdução, já a especialização conta com professores doutores chineses com grande experiência acadêmica e também de pesquisa na área. Serão trabalhados novos recursos terapêuticos e tecnologias de neurociência, além da fitoterapia chinesa e do Tai Chi Chuan.

 

O assunto foi tema do Podcast FURB FM, que você ouve clicando no link abaixo.