Há 9 mil espécies de árvores a serem descobertas diz estudo

Há 9 mil espécies de árvores a serem descobertas diz estudo

Foto: CMC

Dados do IFFSC, realizado pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), compõem estudo sobre o número de espécies de árvores no planeta e indicam que ainda existem 9 mil espécies de árvores a serem descobertas.
 
Segundo o estudo publicado nesta semana nos Anais da Academia Americana de Ciências (PNAS) (https://doi.org/10.1073/pnas.2115329119 ) estima-se que além das 64.000 espécies conhecidas de árvores na Terra, existam outras 9.000 espécies que ainda não foram descobertas e nem descritas pela ciência. “O preocupante é que provavelmente um terço destas 9 mil espécies são muito raras, têm populações muito pequenas e ocorrem em áreas muito restritas”, observa o professor Alexander Vibrans, coordenador do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) e coautor do artigo.
 
Segundo as estimativas, a América do Sul abriga 43% do total das 73.000 espécies, a Eurásia 22%, a África 16%, a América do Norte 15% e a Oceania 11%. “O IFFSC mantém a maior base dados coletados em campo nas florestas subtropicais do hemisfério Sul e permite a realização de estudos globais como este”, pontua o professor.
 
O IFFSC que registrou cerca de 800 espécies de árvores para Santa Catarina, está sendo executado desde 2007 por professores, alunos e egressos contratados dos cursos de Engenharia Florestal e Ciências Biológicas da FURB.
 
O estudo é resultado de três anos de investigação de um grupo de pesquisadores organizado na GFBI (Iniciativa Global de Biodiversidade Florestal) que contém dados de ocorrência e de abundância de 4,4 milhões de árvores (indivíduos), registradas em cerca de 105.000 parcelas implantadas em florestas, campos naturais, savanas e áreas com vegetação arbustiva de todos os continentes e zonas climáticas (das quais 450 parcelas do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, IFFSC). Além disso, foram incluídas nos cálculos das estimativas das arvores “faltantes” (ainda não conhecidas), os dados de ocorrência de espécies contidos no banco de dados TreeChange.
 
O cômputo das estimativas parte de um método clássico da Ecologia Florestal, que está baseado no número de espécies extremamente raras, representadas na amostra por apenas um único ou dois indivíduos, além do número de espécies raras que ocorrem em apenas uma única ou em duas localidades (mesmo com vários indivíduos) e sua proporção relativa às espécies mais comuns ou até “hiperdominantes” (muito frequentes em determinada tipologia florestal).
 
A modelagem que levou à estimativa do número total de espécies foi realizada separadamente em 9.353 células de 100 x 100 km abrangendo todos os continentes e zonas climáticas.
 
Os cálculos estatísticos complexos foram realizados envolvendo técnicas de Inteligência Artificial e o uso de um supercomputador na Purdue University (EUA).