Gestão Ambiental expressa compromisso da Universidade

Gestão Ambiental expressa compromisso da Universidade

Foto: CMC

Formado por um conjunto de fatores físicos, químicos e biológicos que permitem a vida, o meio ambiente é responsável pelo alimento consumido até o ar que os seres vivos respiram. Por isso, preservar a natureza é um ato importante para manter a saúde do planeta e de quem habita nele. Segundo o artigo 225 da Constituição Federal: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
 
A Universidade Regional de Blumenau (FURB) tem preocupação com a qualidade ambiental e, desde 2000, conta com o Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que busca integrar ações ambientais em todas as atividades da instituição. O SGA é estruturado com a Coordenadoria do Meio Ambiente (CMA), órgão permanente de assessoramento à administração superior da FURB.
 
Política Ambiental
 
A Universidade reconhece a importância da proteção ambiental e da economia dos recursos naturais globais. Com a Política Ambiental (Resolução 67/2020), que foi regulamentada no mesmo ano de criação do SGA, assume o compromisso com a melhoria na qualidade de vida. Junto a isso, surgiram programas de resíduos sólidos e perigosos, licenciamento ambiental, entre outros, que ajudam a FURB operar dentro dos critérios ambientais.
 
Segundo Flávia Keller Alves graduada e mestre em administração pela FURB, especialista em gestão ambiental com ênfase em organizações produtivas e em gestão universitária, e membro da comissão do SGA desde 2017, a Política Ambiental determina quais são as diretrizes e os objetivos ambientais da universidade. Como serão alcançados e de que forma. “Essa política era do ano 2000. Em 2019, começamos uma revisão e, em 2020, aprovamos uma nova Política Ambiental”, afirma.
 
A profissional ainda ressalta que a Universidade tem estabelecido na sua missão a preocupação com o desenvolvimento social econômico e ambiental responsável.
 
Princípios
 
Para assumir sua postura ambientalmente consciente e responsável, a universidade se expressa através de seis princípios. São eles: envolvimento, cumprimento da lei, formação, administração de materiais, publicidade, sistema de gestão ambiental.
 
Resíduos sólidos e perigosos
 
Entre os programas implementados SGA está o de resíduos sólidos (2000) e perigosos (2001). Ambos compreendem a separação, coleta e descarte correto dos objetos utilizamos, para minimizar o impacto ambiental.
 
Os resíduos sólidos, ou seja, papel, plástico, metal e vidro, são coletados nas lixeiras coloridas especificas e encaminhados para a Central de Resíduos Recicláveis da FURB. Após isso, são conduzidos para a Cooperativa de Resíduos Recicláveis de Blumenau (Cooperreciblu), que faz a triagem e destinação dos resíduos.
 
Exemplo de resíduos sólidos
- Orgânico: sobras de alimentos;
- Papel: envelopes, papelão, caixas, embalagens, jornais e revistas;
- Plástico: garrafas pet, sacolas e embalagens de plástico;
- Vidro: garrafas, copos e potes;
- Metais: latas de refrigerante, clips e grampos.
 
Já os resíduos perigosos compreendem laboratório, clínicas, biotérios da FURB e também os resíduos serviços de saúde. O programa busca reduzir os riscos na manipulação e armazenamento, evitando o seu acúmulo, e diminuir o uso de produtos perigosos. Também, prevê a classificação seguindo a NBR 10.004/04, segregação, pré-tratamento, rotulagem, transporte e destinação ao aterro industrial dos resíduos perigosos.
 
Exemplo de resíduos perigosos
- Pilhas e baterias;
- Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
- Material de serviços de saúde (grupo a – presença de agentes biológicos, grupo b – substâncias químicas, grupo c – radioativos e grupo e – perfurocortantes ou escarificantes);
- Embalagens e lodos de tintas tinta provenientes da pintura industrial.
 
“A característica do resíduo perigoso é ser corrosivo e explosivo. Esse tem uma destinação específica. Essa classificação é determinada com normativas nacionais, da Anvisa e do Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina (Consema). Tem várias normativas nacionais que determinam as classificações desses resíduos e como deve ser separado e destinado”, informa Flavia.
 
A coleta dos resíduos de saúde é realizada por uma empresa e de forma semanal. Outra empresa também é responsável pela coleta dos perigosos, mas, neste caso, acontece ao longo do ano ou do semestre. Neste ano, foram 3.300 quilos coletados entre os campus um, dois, três e cinco. “Em 2020, não fizemos coleta. O pouco gerado ficou para esse ano e fizemos a coleta em outubro, por conta do volume”, conta Flavia.
 
Segundo a profissional, a geração de resíduos é proporcional a quantidade de atividades da Universidade e o volume de resíduos, tanto sólidos como perigosos, também cresceu.
“Os perigosos, de modo geral, sempre foram muito bem controlados desde a criação da gestão até o momento. Temos depósitos temporários de resíduos perigosos em cada campus, com identificação. Mas, em contrapartida, os recicláveis que são gerados tanto pelos alunos e a parte administrativa, também têm uma geração bastante considerável. O fluxo de pessoas vai determinar a quantidade de resíduos que a Universidade gera e destina. Temos uma dificuldade ainda, infelizmente, de educação ambiental da separação dos resíduos recicláveis”, destaca.
 
Benefícios
 
Com o SGA, tanto a comunidade acadêmica quanto a comunidade geral percebem os benefícios. Na Universidade, as pessoas começam a ter uma preocupação em consumir menos energia, não desperdiçar água e destinar os resíduos nos lugares certos.
Com impacto na cidade e região, a FURB é associada à Associação Empresarial de Blumenau (Acib) e com o programa “Acib Recicla”, foram colocados pontos de entrega voluntária de materiais eletroeletrônicos. No campus 1 da Universidade, já foram duas coletas e no campus 2, o ponto é fixo, localizado no Centro de Inovação Blumenau.
 
“Esses eletroeletrônicos não devem ser descartados no lixo normal. Eles têm uma destinação específica. No campus 1, nos dois momentos que tivemos, o desempenho foi bem legal. Na primeira vez o ponto de coleta estava transbordando. Na segunda, chamamos uma coleta no meio do mês, porque já tinha 140 kg de material e pessoas trazendo. Até hoje aparece alguém perguntando onde está esse ponto. É um espaço que a Universidade abre para toda a comunidade”, destaca Flávia.
 
Outra ação é a “Campanha da Tampinha”. Com enquete através do Instagram e Yammer, foi decidido que a doação da coleta seria para o Sítio Dona Lúcia. “Estamos com um volume para encaminhar novamente e fazer essa ação ambiental relacionada com a comunidade também”, cita.
 
Licenciamento
 
Com a implantação do SGA, surge a necessidade de promover o Licenciamento Ambiental das atividades junto ao órgão ambiental de Santa Catarina. Assim, em 2002, surgiram as primeiras Licenças Ambientais Prévias (LAP). Já no ano de 2004, a Universidade obteve as Licenças Ambientais de Instalação (LAI). Em 2007, foi a vez das Licenças Ambientais de Operação (LAO). Conheça os documentos aqui