Especialização aborda Violências e Masculinidades

Especialização aborda Violências e Masculinidades

Foto: CMC

É a partir da Lei Maria da Penha e suas novas medidas preventivas estabelecidas em 2020 que nasce o novo curso de especialização da Universidade Regional de Blumenau, “Violências, Masculinidades e Políticas Públicas". Reabilitação dos agressores e frequência em centros de educação passaram a ser ferramentas previstas em lei para avançar na prevenção contra a violência doméstica e de gênero no país, e é para a capacitação de diferentes profissionais que o curso é destinado.     
 
Composto por 14 disciplinas, a especialização da FURB dará uma fundamentação teórica sobre os movimentos feministas e as lutas por direitos das mulheres, até chegar aos estudos das masculinidades, que tem origem nos estudos de gênero. Ricardo Bortoli, coordenador do curso, explica que “a partir desse olhar mais teórico os profissionais vão ter a oportunidade de construir alternativas de enfrentamento e atendimento a situações de violência a partir das práticas do cotidiano”. 
 
A proposta é dar um suporte teórico e metodológico para enfrentamento da violência a partir de discussões sobre as masculinidades, compreendendo que elas são uma construção histórica, cultural, institucional e simbólica que está presente nos estereótipos de gênero. 
“As masculinidades são construídas ao longo de um processo, e se elas são construídas, também podem ser desconstruídas. Entendemos que para enfrentar o fenômeno da violência também é necessário atender os homens autores de violência, é necessário olhar para os homens. Não olhar para essa demanda seria o mesmo que secar o chão com a torneira aberta”, explica Ricardo, também pesquisador com experiência em intervenção com autores de violência, grupos reflexivos e redes de prevenção à violência de gênero.  
 
A especialização tem um olhar amplo, mas ao mesmo tempo tem como foco discutir a questão da masculinidade fazendo conexão com a violência contra a mulher. “Discutir masculinidade, discutir questões de gênero, é pensar em ações preventivas, e isso é fundamental no processo de enfrentamento das violências”, afirma o coordenador. Para isso, o curso também contará com atividades práticas relacionadas a alternativas de prevenção, como grupos reflexivos para autores de violência em diferentes espaços, como Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), delegacias, comarcas do judiciário e escolas.  
“Capacitar esses profissionais para que tenham um olhar metodológico no sentido de buscar alternativas eficazes no combate à violência é o foco da especialização. Ela tem o objetivo de possibilitar esse entendimento da violência contra a mulher e das lutas femininas, que implicam diretamente no olhar sobre a prática profissional e sobre o homem ator de violência”, afirma o coordenador.  
 
Interessados em participar da primeira turma da especialização em Violências, Masculinidades e Políticas Públicas precisam estar graduados em cursos como serviço social, psicologia, pedagogia, direito, ciências sociais, gestão pública e em áreas que atuam em campos vinculados na rede de atendimento direto ou não das vítimas de violência. As matrículas acontecem até o dia 10 de novembro.  
 
As aulas iniciam dia 26 de novembro e acontecem de forma quinzenal, através da plataforma do Microsoft Teams. Os encontros acontecem às sextas-feiras, das 18 às 22h, e aos sábados, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Acesse a aba do curso no site da FURB para conferir mais informações como valores e conteúdo programático.  
 
No canal da FURB TV a jornalista Camila Boullosa conversou com o coordenador Ricardo Bortoli e outros professores da especialização para falar sobre a temática das masculinidades, sobre o Observatório da Violência Contra a Mulher de Santa Catarina e sobre o que impede uma mulher de denunciar a violência. Acesse os podcast na FURB TV e saiba mais sobre o assunto das Violências, Masculinidades e Políticas Públicas.