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Introdução
 
 
Acadêmico(a): Gustavo Baehr
Título: SISTEMA PARA GERENCIAMENTO DE ATIVIDADES UTILIZANDO A TÉCNICA KANBAN APLICADO A DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE
 
Introdução:
Segundo Prikladnicki, Willi e Milani (2014, p. 1), a indústria de software está em crescente evolução tornando-se uma das mais importantes indústrias da era moderna. Tal fato pode ser observado na presença de software em inúmeras atividades, desde as mais simples, como processar informações básicas de compra e venda, até atividades mais complexas, como controlar robôs, carros e aviões. Assim, com o passar dos anos a atual sociedade vem tornando-se cada vez mais dependente de software e tecnologia. Neste cenário, a demanda por software tem crescido exponencialmente, tornando o mercado mais competitivo e exigindo que a engenharia de software e o gerenciamento de projetos desenvolvam capacidades de adaptar-se rapidamente a mudanças (BASSI FILHO, 2008). Os gerentes de projeto que atuam na área de desenvolvimento de software frequentemente se veem diante do desafio de liderar projetos com ciclos de entrega agressivos, constante mudança de requisitos, novas tecnologias e sistemas de informação que cada vez mais suportam a tomada de decisão e os processos-chave de negócio das empresas. Em cenários como esses, uma abordagem adaptativa para o processo de desenvolvimento e gerenciamento de projetos se torna fundamental a fim de maximizar a produtividade e não comprometer a qualidade de produto final. (SANTOS, 2008, p. 38, grifo do autor). A partir dos anos 90, surge uma nova visão sobre como desenvolver software, denominada como métodos ágeis. Ser ágil está associado a uma mudança cultural, a uma nova forma de pensar. Ao contrário dos métodos tradicionais que focam nos processos, os métodos ágeis se diferenciam por ter o enfoque nas pessoas, no seu conjunto de valores, princípios e práticas que possibilitam a adaptação de novos fatores decorrentes do desenvolvimento do projeto e a rápida resposta as constantes mudanças de mercado (PRIKLADNICKI; WILLI; MILANI, 2014, p. 27). O termo método ágil difundiu-se em fevereiro de 2001 devido a um movimento iniciado pela comunidade internacional de desenvolvimento de sistemas de informação, onde dezessete representantes de diversos métodos ágeis existentes no mercado procuravam definir valores e princípios comuns a todas elas. Deste movimento originou-se o Manifesto for Agile Software Development (AGILE MANIFESTO, 2001). Com o surgimento dos métodos ágeis, ferramentas e técnicas de apoio começaram a ser utilizadas no gerenciamento de projetos, dentre as quais destaca-se a utilização do Kanban. Nessa técnica, as equipes posicionam quadros em áreas visíveis da sala de projeto, preenchendo-os com cartões que sinalizam os itens de trabalho selecionados para uma dada iteração. Normalmente, os cartões são posicionados conforme seu estado presente: não iniciado, em andamento e finalizado (PRIKLADNICKI; WILLI; MILANI, 2014, p. 142). Kanban é uma das técnicas usadas para implementar o conceito de Manufacturing (Produção enxuta), onde a saída de produtos acabados, ao final da Lean linha de montagem, dita o ritmo da introdução de matéria prima no sistema. Desta forma evita-se o acumulo de produtos inacabados ao longo da linha, diminuindo a quantidade de Trabalho em Processo Work In Process (WIP). Com menos produtos intermediários tem-se uma sobrecarga menor no sistema e pode-se adaptar melhor e mais rápido às mudanças na demanda dos clientes (DEBATIN, 2011, p. 12). O gerenciamento de projetos é um conjunto de técnicas e ferramentas gerenciais que permitem a organização desenvolver um conjunto de habilidades, conhecimentos e competências, dentro de uma sequencia clara e lógica de eventos com inicio, meio e fim, apoiados a parâmetros de custo, recursos e qualidade predeterminados (VARGAS, 2005). Porém, as organizações de desenvolvimento de software preocupam-se na maioria das vezes com problemas técnicos, dedicando poucos recursos e tempo para o lado gerencial, sendo que a correlação de investimentos com projetos tornou-se algo fundamental para que a organização cresça e seja competitiva no mercado (PAULA FILHO, 2003). Partindo deste cenário, a empresa Adapcon Processamento de Dados Ltda. implantou conceitos de métodos ágeis, em meados de 2014, visando organizar processos e melhorar o gerenciamento de seus projetos. Porém, a empresa não possui um sistema de informação adequado para o gerenciamento ágil de projetos. Os controles dos projetos são feitos a partir da criação de Ordens de Serviço (OS) onde contêm as seguintes informações: número da OS, data de emissão, cliente, orçamento, solicitante, responsável, descrição, data de previsão e estimativa de horas. Este modelo de gerenciamento de projetos a partir da criação de uma OS atende perfeitamente demandas pequenas (esforço de trabalho de 1 a 16 horas), pois são tarefas pontuais na qual é possível atribuir apenas um responsável para desenvolver a demanda, possibilitando o controle de produtividade do mesmo. Porém, quando se trata de demandas de médio a grande porte (esforço de trabalho de mais de 16 horas) a OS apresenta algumas carências, como: a) não permitir dividir a OS em diversas tarefas podendo atrelar responsáveis diferentes com prazos de entrega diferentes; b) não possibilitar a visualização de gargalos do projeto; c) não possibilitar o controle eficaz de produtividade dos envolvidos. Para auxiliar no controle da OS a empresa utiliza um quadro físico Kanban como ferramenta para controlar o fluxo de desenvolvimento dos projetos, onde o mesmo é dividido em cinco fases: entrada, em desenvolvimento, cliente validando, necessidade atendida e necessidade atendida com problema. Porém, muitos dos projetos são desenvolvidos diretamente no cliente o que impossibilita a atualização das fases da OS no quadro Kanban e principalmente a visualização de gargalos, refletindo diretamente na tomada de decisão da equipe. Também pelo motivo da OS não representar tarefas especificas, existe uma dificuldade de visualizar quem está fazendo qual item, durante um projeto maior. Diante disto, duas foram às questões essenciais encaminhadas no contexto deste trabalho. A primeira tratou de alinhar a forma como é feito o controle através de OS incorporando as melhores práticas de gerenciamento de projetos, especialmente nas definições de projetos, tarefas e recursos e respectivas competências. A segunda questão foi implementar estes conceitos em um sistema de informação, considerando a técnica Kanban como central para o controle dos projetos, tarefas e recursos, estando assim também alinhada aos métodos ágeis, práticas estas que vem sendo disseminadas na cultura da empresa.