Informações Principais
     Resumo
     Abstract
     Introdução
     Conclusão
     Download
  
  
  
 
Introdução
 
 
Acadêmico(a): Edson Momm
Título: Protótipo de um Ambiente de Visualização com Técnicas de Estereoscopia
 
Introdução:
Houve um momento no curso da evolução em que alguns animais passaram a apresentar olhos posicionados à frente da cabeça. Estes animais, entre os quais se encontra o ser humano, se por um lado perderam o incrível campo visual de praticamente 360 graus proporcionado por olhos laterais e opostos, por outro lado adquiriram uma nova função: a visão binocular, ou estereoscopia (em grego, 'visão sólida'). Para entender na prática o que vêm a ser visão binocular e a sua importância para a sobrevivência, basta que o(a) leitor(a) feche um dos olhos e tente fazer suas atividades cotidianas assim. O simples gesto de alcançar um objeto sobre a mesa passará a ser um desafio sob a visão monocular. A dificuldade mais evidente neste estado será a de perceber a profundidade e avaliar a distância que separa o objeto do observador. Mesmo que a visão monocular não deixe de ter elementos para uma percepção rudimentar da profundidade: as leis da perspectiva continuam valendo, assim, o tamanho aparente dos objetos diminui à medida que estes se afastam do observador e os mais próximos escondem atrás de si os mais distantes que se encontrem no mesmo eixo (Durand, 2000). O fenômeno que está presente na visão binocular e que permite uma avaliação precisa das distâncias chama-se paralaxe. Trata-se da comparação entre imagens obtidas a partir de pontos de vista distintos. A visão tridimensional que se tem do mundo é resultado da interpretação, pelo cérebro, das duas imagens bidimensionais que cada olho capta a partir de seu ponto de vista. Os olhos humanos estão em média a 64mm um do outro e podem convergir e divergir de modo a cruzarem seus eixos em qualquer ponto entre poucos centímetros à frente do nariz, ficando estrábicos, e o infinito, ficando paralelos. Os eixos visuais dos animais que têm olhos laterais e opostos obviamente nunca se cruzam. Além de imagens, o cérebro recebe também da musculatura responsável pelos movimentos dos globos oculares a informação sobre o grau de convergência ou divergência dos eixos visuais, o que lhe permite aferir a distância em que ambos se cruzam naquele determinado momento. O funcionamento da percepção da profundidade foi descrito pela primeira vez por Sir Charles Wheatstone, em 1838, portanto, muito próximo à invenção da fotografia. Não demorou muito para que fosse inventada a fotografia em terceira dimensão. A fotografia em três dimensões popularizou-se pelo fato evidente de que a adição da profundidade incrementa a sensualidade da experiência visual, em outras palavras, o “prazer” de ver (Durand, 2000). O princípio da fotografia estereoscópica é simples: uma cena é fotografada (ou desenhada), uma segunda cena é criada, só que com uma diferença de perspectiva ('ângulo') em relação à primeira. Estas imagens são então sobrepostas, mas para que se consiga visualizá-las tridimensionalmente cada cena fica de uma cor (geralmente vermelho e azul) e a imagem tridimensional e retornada utilizando-se um óculos para 'filtrar' cada ângulo de visão (Figueira, 2000). A filtragem por meio de tintas e papéis celofane coloridos é uma das mais antigas e práticas maneiras de se fazer estereoscopia. Costuma-se chamá-la de 'anaglífica', mas seria mais fácil de chamá-la 'bicolor'. Apesar de sua aparente simplicidade deve ser realizada com muito cuidado, tanto na seleção das tintas, que são especiais, como a dos filtros dos óculos e o posicionamento dos elementos da imagem. A presença de qualquer imagem “parasita” estraga o efeito e incomoda ao observador. Esta técnica é usada em revistas e jornais, por exemplo, em maio de 1999 apareceu nos jornais 'O Estado de São Paulo' e 'Folha de São Paulo'. Já foi usada no cinema, mas não pode ser usada na televisão porque o sistema de vídeo composto mistura as cores. Pode ser muito bem utilizada nos monitores de computador, ou projetando desde o computador a projetores de multimídia (Lunazzi, 2000). Tendo em vista o que foi descrito acima, desenvolveu-se um protótipo de visualização que aplique o princípio da fotografia estereoscópica sobrepondo duas imagens onde cada uma fica com tons de azul e vermelho, utilizando um óculos para “filtrar” cada ângulo de visão proporcionando a visualização em terceira dimensão da imagem.