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Introdução
 
 
Acadêmico(a): Jackson Krause
Título: Uber: uma Ferramenta para Realce de Microcalcificações Mamárias
 
Introdução:
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2012, tradução nossa), o câncer é uma das principais causas de morte no mundo. Mais de 12,7 milhões de pessoas são diagnosticadas todo ano com câncer e 7,6 milhões de pessoas morrem vítimas da doença. Se não houver intervenção, estima-se que o número de casos de câncer no mundo deva aumentar 75% até 2030. A cada mês, cerca de 600.000 pessoas morrem por causa do câncer e muitas destas mortes poderiam ser evitadas caso houvesse maior financiamento para programas de detecção, prevenção e tratamento da doença (INTERNATIONAL UNION AGAINST CANCER, 2012, tradução nossa).
Segundo Instituto Nacional de Câncer (2012), o câncer é um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado das células, que invadem órgãos e tecidos. Estas células, que se dividem rapidamente, tendem a ser agressivas e incontroláveis, causando tumores malignos que podem se espalhar pelo corpo. Estes tumores podem ter início em diferentes tipos de células e de acordo com o tecido em que surgem, possuem diferentes classificações. Os tumores podem ser carcinomas caso comecem no tecido epitelial, como pele ou mucosa, ou sarcomas caso comecem em tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (2012), um dos principais órgãos afetados pelo câncer é a mama, onde na maioria dos casos atinge as mulheres e são carcinomas, porém existem casos em que são sarcomas, onde começam pela musculatura da mama. Para Lins e Bernz (1999, p. 85), uma das formas de prevenção da doença é através do Auto-Exame das Mamas (AEM) que consiste na inspeção (visualização) e palpação (toque) das mamas realizado pela própria mulher. De acordo com Mitchell Jr (1993, p. 16), este método possui algumas deficiências, como por exemplo, entre 80 e 90% dos nódulos autodescobertos são benignos, o que faz com que procedimentos invasivos como biópsias sejam possivelmente utilizados sem necessidade. Outro argumento utilizado contra o AEM é que caso a mulher não encontre nenhuma alteração na mama, dificilmente procurará um médico para realizar exame físico regular.
Desta forma, para um diagnóstico mais preciso e precoce foi criada a mamografia de alta resolução, utilizada pela primeira vez em 1913 por Albert Salomon, que foi a primeira pessoa a visualizar microcalcificações associadas à malignidade, embora na época não tivesse avaliado o significado ou utilidade de sua observação (GOLD; YAGHMAI; BASSETT, 2000, p. 3). Para Oliveira, Almeida e Luna (1997, p. 45), a Mamografia de Alta Resolução (MAR) é o exame mais indicado no estudo das mamas de mulheres acima de 35 anos, por ser o método que apresenta os melhores resultados e por ser o único método capaz de detectar precocemente as malignidades, aumentando a chance de cura.
Para Farria, Kimme-Smith e Basset (2000, p. 30), “A qualidade da imagem mamográfica é uma combinação entre contraste, resolução, nitidez e ruído”, onde qualquer complicação em um destes artefatos dificulta o diagnóstico do especialista. Segundo Caldas et al. (2005), os defeitos nas imagens ou qualquer variação na densidade mamográfica não causada por atenuação real da mama podem criar falsas lesões ou mascarar verdadeiras anormalidades.
Segundo Silva, Schiabel e Nunes (2003), atualmente já existem sistemas comercialmente disponíveis para melhorar a qualidade de imagens mamográficas, inclusive com eficácia comprovada por exaustivos testes. Porém no Brasil ainda é uma realidade incipiente, pois tais sistemas possuem um custo muito elevado e são vendidos acoplados a equipamento médicos, tornando inviável a aplicação por qualquer especialista, principalmente se tratando do caso de saúde pública.
Diante do cenário descrito acima, este trabalho apresenta uma ferramenta para realce de possíveis microcalcificações mamárias encontradas em mamografias digitais, que pode ser utilizada pelos médicos especialistas sem necessidade de ser acoplada a nenhum outro equipamento médico.