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Introdução
 
 
Acadêmico(a): Rafael Emmendoerfer Falcone
Título: Desenvolvimento de uma infra-estrutura baseada em fractais para viabilizar a construção de um sistema de visualização de sistemas de arquivos semânticos
 
Introdução:
Tendo em vista o grande número de arquivos disponibilizados e compartilhados na Internet e a capacidade crescente de armazená-los nas máquinas dos usuários, verificou-se a necessidade de desenvolverem-se formas alternativas de gerenciamento dos mesmos. Uma pesquisa realizada por Farhoomand e Drury (2002) para avaliar as habilidades de usuários gerenciarem dados, concluiu que 62% dos usuários tiveram dificuldade ou impossibilidade de gerenciar seus documentos. Neste contexto Robertson et al. (1998, p. 153) relatou que a Microsoft desenvolveu um projeto denominado Data Mountain, o qual consiste na utilização de uma interface com o usuário criada especialmente para aproveitar a habilidade humana em guardar informações sobre um determinado ambiente e sua orientação espacial. Tendo como objetivo facilitar o gerenciamento de arquivos. Testes realizados pela própria Microsoft comprovaram que este modelo de gerência tornou-se uma alternativa viável (ROBERTSON et al., 1998, p. 160). Inspirado pelos resultados do projeto Data Montain surgiu a idéia de criar um ambiente de visualização 3D de um sistema de arquivos baseado nos princípios de memória espacial (UNIVERSITY OF BRISTOL, 2001). Um protótipo deste ambiente foi desenvolvido por Krauspenhar (2007). O projeto de Krauspenhar (2007) utilizou a metáfora de uma cidade para representar num ambiente 3D objetos de sistema de arquivos. Neste mundo os arquivos são representados na forma de humanóides que se movimentam através de ruas para representar operações de movimentação de arquivos. A pasta onde os arquivos estão localizados é simbolizada por uma casa e o caminho que sai desde a raiz até a casa é representado por ruas. Uma das características do protótipo de Krauspenhar (2007) é que foram utilizados poucos dados para teste. De fato, em um sistema de arquivos real de um computador desktop, geralmente encontram-se milhares de arquivos e com freqüência arquivos são criados e apagados. Esta dinâmica de funcionamento demandou a necessidade de identificação e desenvolvimento de uma infra-estrutura que permitisse não só representar a dinâmica de funcionamento do sistema de arquivos, mas também a dinâmica de funcionamento da metáfora selecionada. Verificando-se este problema, decidiu-se investigar a possibilidade de utilização de estruturas fractais como substrato para viabilizar a construção de um modelo de testes com volume de dados mais próximo daquele encontrado na realidade. Desta forma, pretende-se utilizar o modelo de fractais como base para o desenvolvimento desta infra-estrutura assumindo que, o modelo de árvore de diretórios segue um padrão que se assemelha a vários modelos fractais conhecido. Além disso, as operações de poda (exclusão de diretórios), ou enxerto (movimentação de diretórios de um ramo para outro) podem ser facilmente manipuladas nesta estrutura mantendo sempre uma ligação unária com a representação gráfica do ambiente descrito em Krauspenhar (2007). O termo fractal surgiu no trabalho de Mandelbrot (1983), que considerava que a natureza não poderia ser descrita por meio da geometria convencional, dita Euclidiana. Para tanto, ele propôs um novo conceito de geometria chamada de geometria fractal. A principal característica do fractal está relacionada à sua dimensão, com a qual é possível determinar o grau de complexidade de uma linha ou a rugosidade de uma superfície. A princípio, a escolha de modelos fractais ajusta-se aos objetivos do projeto iniciado por Mattos, Tavares e Krauspenhar (2007) (que é a construção de um sistema de visualização 3D para um sistema de arquivos), tendo em vista as características inerentes dos mesmos, como a auto-similaridade e a capacidade de representar estruturas complexas que a geometria Euclidiana não é capaz (LECHY-THOMPSON, 2001, p. 190). Sendo assim, analogamente, é possível a associação entre os objetos do sistema de arquivos, a estrutura fractal e o modelo de representação gráfica para exibição das informações. A propriedade de auto-similaridade permite a criação de micro-universos de resolução infinita (LECHY-THOMPSON, 2001, p. 190). Esta característica associada ao modelo de metáfora descrito em Mattos, Tavares e Krauspenhar (2007) viabiliza a manutenção do layout da cidade mesmo com a inserção/remoção de novas pastas e/ou arquivos. Este aspecto é importante tendo em vista que a metáfora utilizada está baseada no conceito de memória espacial. Portanto, o modelo da cidade (figura 1) necessita ser mantido estável para que possam ser obtidas as vantagens que o uso da técnica apresenta (HENDERSON, 2004; MCKAY; MARSHALL, 2001).