EVENTOS REALIZADOS

Daniel Lins, nos propõe uma viagem através da música e da obra de Dylan, onde ele nos apresenta os irmãos de alma e de talento do grande músico, que são também a própria família do autor: Nietzsche, Rimbaud, Kerouac, Gary Snyder, entre outros.

 

O que, de modo difuso, e nem sempre evidente, caracteriza a aptidão de Bob Dylan e vontade de viver, é a destreza, é o jeito manhoso de sacudir a existência, de exigir muito mais que ela possa oferecer, retirando-a do marasmo, do sono profundo ou do desmaio de desejo de nada mais desejar. Em suma, em relação ao cotidiano flácido e a repetição entediante de uma existência que recusa a singularidade e busca abrigo na homogeneidade, travando-a, embaraçando-a, Bob Dylan canta a diferença velada, cuja energia, uma vez desembaraçada da demência ou do ócio não criativo, põe-se a surfar, a ondular, a agitar e a transmutar pessoas, lugares e coisas por onde passa. Bob Dylan, a liberdade que canta?

 

Sobre o palestrante:

Daniel Lins, filósofo, doutor em sociologia pela Universidade de Paris VII, fez pós-doutorado na mesma instituição, sob a orientação de Jacques Rancière. Acompanhou durante anos os cursos de Claude Lévi-Strauss e de Michel Foucault no College de France, além de ter tido como professores Cornelius Castoriardis, Gilles Deleuze, Jacques Derrida, François Lyotard, entre outros expoentes do pensamento francês do século XX. Foi coordenador do Simpósio Internacional de filosofia Nietzsche/Deleuze. Psicanalista, tem no pensamento de Gilles Deleuze e de Friedrich Nietzsche suas principais referências. Leitor agudo de Antonin Artaud vem desenvolvendo uma reflexão acerca do pensamento e da sensibilidade contemporâneos, assumindo como referência privilegiada a ideia de escrita rizomática. É autor de vários livros, dentre os quais se destacam A pele de Anna Maria Maiolino, publicado respectivamente em português e inglês, Editora Cosac Naify, São Paulo, 2016; O último copo – Álcool, Filosofia, Literatura, Editora Civilização Brasileira, 2013; Estética como acontecimento – O corpo sem órgãos, 2011; Expressão – Espinoza em Deleuze/Deleuze em Espinoza, 2007, além de ter organizado em parceria com o filósofo português José Gil, a coletânea de ensaios Nietzsche-Deleuze: Jogo e Música, 2008.