EVENTOS REALIZADOS

O Autorretrato tem o poder de projetar sobre o individuo artista algumas perguntas, já os mitos por sua vez correspondem à outra vertente desta linha, trazem consigo respostas e percepções a cerca do que devemos compreender. Usando como suporte a fotografia, o projeto busca através da releitura de dois mitos; Narciso e Medeia, a produção de Autorretratos, que contribuam para a construção da identidade do próprio artista. Através da apropriação dessas duas histórias, bem como intervenção sobre seus sentidos e sentimentos, o artista cria “imagens híbridos” que decorrem sobre sua vivência perante os objetos de estudo.

 

“...como um retrato feito por um individuo de si próprio. Representa o que ele imagina, deseja ou idealiza ser. Constitui-se uma encenação do sujeito por ele mesmo. O autorretrato de certa forma é uma afirmação da presença, ou melhor, um registro dela. É a memória de estar visível entre as coisas visíveis. É a prova de estar incluído no mundo e não isolado dele.” (PESSOA, 2006)

 

A exposição surge a partir de duas experiências vividas com fotografia, a primeira inicia a partir da Oficina de Fotografia: Corpo e Autorrepresentação ministrada pela fotografa e artista visual Lilian Barbon, em 2011, que resulta na exposição coletiva “Experiência Plural: Corpo, Espaço e Autorrepresentação”, neste momento surgem as primeiras experimentações com o autorretrato e as bases para o projeto individual que seria realizado. A segunda experiência ocorre já no ano de 2012, durante o projeto Arte Cidade, realizado pela instituição SESC na cidade de Brusque, que resulta na exposição coletiva “O Eu é um Outro” com curadoria de Fernando Boppré, graças as provocações feitas por Fernando surgem as primeiras imagens que iriam integrar a exposição Híbridos, Narciso e Medeia. Estas primeiras imagens buscam uma releitura do mito de Narciso, expressando sentimentos bem particulares sobre o tema analisado.

 

A exposição é composta de doze autorretratos que se relacionam através da mesma poética, onde o corpo é utilizado como alegoria transmitindo ao espectador sentimentos ambíguos . As imagens causam estranhamento e aguçam a curiosidade, muitas delas tem como fundo cenários repletos de natureza que remetem novamente aos dois mitos. Tendo algumas imagens apenas o corpo como foco central, contando pequenas histórias interpretadas por quem observa. Egoísmo, orgulho e gêneros são questionados assim como a desnaturalização da imagem real, Narciso e Medeia se unem mostrando seu lado sombrio e ao mesmo tempo verdadeiro.

 

 

Éderson Simas é artista visual e ator. Membro fundador do coletivo G13 – Arte Contemporânea, com participação junto a Câmara de Artes Visuais de Brusque nos anos de 2008 a 2010,  atual representante das Artes Visuais dentro do Conselho de Cultura de Brusque, atuando como vice-presidente. Desenvolve trabalhos e pesquisas na área das Artes Visuais desde 2006, tendo participado de diversas mostras coletivas e individuais na cidade de Brusque e região, destaque para o projeto Pretexto realizado pelo SESC, tendo algumas obras catalogadas dentro deste projeto. Desde 2011 desenvolve trabalhos com fotografia e autorretratos, com destaque para a exposição individual “Hibridos, Narciso e Medeia” e “Minhas Meninas”.

 

No campo das artes cênicas, Ederson é membro fundador e integrante da Associação Jogral de Arte e Cultura, que já teve alguns espetáculos apresentados em Brusque e cidades vizinhas, destaque para o espetáculo “Paraíso num saco de Pipoca” projeto contemplado pelo Edital de Cultura de Brusque e “O Inimigo do Povo” espetáculo contemplado pelo Fundo de Cultura do Estado de Santa Catarina.