Facebook Twitter Imprimir

ARQUIVO DE NOTÍCIAS


24/08/2020 - Universidade inicia revisão da Política de Extensão


A Universidade Regional de Blumenau (FURB), por meio da sua Divisão de Apoio à Extensão (DAEX) deu início à revisão da sua política de extensão, no primeiro Fórum de Extensão do ano, realizado em agosto, para socializar as atividades realizadas pelos programas e projetos de extensão no primeiro semestre de 2020.
 
Com a pandemia da Covid-19, que levou ao início do distanciamento social em Santa Catarina no mês de março, a FURB, assim como outras instituições de ensino tiveram que migrar e adaptar suas atividades para modalidades mediadas por tecnologias. Além das aulas, os projetos de extensão também reorganizaram seus cronogramas para a nova realidade, o que dificultou a realização de muitas atividades.
 
Conforme compartilhado durante o Fórum pelos coordenadores de programas e projetos, as dificuldades enfrentadas foram as mais diversas e, dependendo do vínculo com a comunidade e a faixa etária que o projeto atende, os níveis de dificuldade foram mais ou menos altos.  
 
Por outro lado, mesmo que as atividades não tenham ocorrido junto ao público alvo, diretamente, “foram produtivas no sentido da preparação de materiais”, comenta a chefe da DAEX, Marilda Angioni, que observa, também, que não haverá prejuízo aos professores em relação ao não cumprimento de metas dos projetos de extensão na vigência da pandemia.
 
Novas políticas
 
O Fórum de Extensão, além de proporcionar a socialização dos trabalhos realizados no primeiro semestre de 2020, promoveu a discussão de questões ligadas à curricularização da extensão e à nova política de extensão da Universidade. O próximo Fórum de Extensão foi agendado para o dia 9 de setembro, às 14h, via plataforma Microsoft Teams. A primeira versão da nova política será disponibilizada aos extensionistas até o início do mês de setembro.
 
A política de extensão da FURB é de 2004, e a proposta, explica Marilda, “é organizar, simplificar e atualizar a política”. A atualização é necessária por conta das alterações que houve na formação de professores, na incorporação da extensão na graduação e no sentido de a universidade se aproximar mais da própria sociedade e “atender e compreender demandas, tentar responder demandas a partir do fazer da própria universidade”, afirma Marilda.
 
O Plano Nacional de Educação e as novas diretrizes de extensão, o alinhamento com outras universidades brasileiras, a institucionalização de programas e estratégias para a curricularização da extensão na FURB e a nova política de extensão da Universidade são alguns dos assuntos que serão abordados no próximo Fórum.
 
Vínculo com escolas
 
No primeiro semestre de 2020, os projetos de extensão vinculados às secretarias de educação e escolas da região enfrentaram, com a pandemia, a dificuldade em acessar, primeiramente, os estudantes da educação básica. Além disso, tiveram o desafio de remodelar os cronogramas e estratégias para a formação continuada de professores, que costuma acontecer presencialmente nos laboratórios da Universidade.
 
O programa institucional Arte na Escola, que trabalha com a formação continuada de professores de educação básica, adequou e reestruturou as atividades previstas para as formações estabelecidas para as secretarias de educação de Indaial, Gaspar e Blumenau. A primeira ação, promovida em maio, foi resultado de um esforço conjunto de professores e bolsistas para realizar a live que discutiu a arte na infância em tempos de pandemia. “Foi extremamente interessante porque acabamos expandindo nosso público alvo e de uma média de 30 a 40 professores que são atingidos diretamente a cada formação, a live teve quase 500 professores presentes e já tem mais de 4 mil visualizações no YouTube”, conta o coordenador do Arte na Escola, professor Tiago Pereira. Após a live, a partir de julho, o Arte na Escola iniciou a realização de formações de forma remota para as secretarias de Indaial e Gaspar, a secretaria de Blumenau descontinuou a parceria.
 
O programa “Habitat: educação científica, inovação e meio ambiente” também precisou adaptar suas atividades para a modalidade remota pois, conforme explica a professora Arleide Rosa da Silva, coordenadora do programa, “a proposta (original) depende essencialmente da presença de professores e alunos”. Mas, os projetos vinculados ao Habitat empenharam-se na produção de materiais educativos para serem distribuídos nas escolas e, além da divulgação e preparação destes materiais, os projetos também aprofundaram os processos de formação dos bolsistas de extensão, “com o objetivo de fazer uma articulação entre as práticas de formação continuada de professores e as práticas educativas de estudantes nos espaços híbridos de inovação, entre eles diversos laboratórios e espaços da FURB”, observa Arleide. Os percursos de formação, com atividades práticas previstas para acontecer em escolas da região e nos laboratórios da Universidade, “para que os professores tivessem as experiências nesses espaços de inovação, não puderam ser contemplados devido à pandemia”, lamenta a professora.  
 
Economia Solidária
 
A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP FURB) trabalha diretamente com a comunidade para a criação de postos de trabalho, geração de renda e combate à pobreza. Com o início da pandemia, a ITCP começou a orientar os empreendedores sociais sobre como acessar benefícios e a organizar estratégias de comercialização dos produtos originados da economia solidária por meio de catálogos virtuais.
 
A ITCP fez, ainda, um mapeamento da realidade de famílias em vulnerabilidade social ligadas aos projetos incubados, analisando se estavam conseguindo manter seus trabalhos para garantia da renda familiar. A partir disso, foi organizado o Comitê Solidariedade, que recolheu e entregou doações e distribuiu recursos à população mais vulnerável, desde roupas e cestas agroecológicas, incentivando também a agricultura familiar da região.
 
Entre os núcleos de atuação dos projetos da ITCP FURB estão a ressocialização e reintegração de egressos do sistema prisional de Blumenau. No projeto “Voltando ao Mundo do Trabalho”, vinculado ao sistema prisional de Blumenau, a adaptação das atividades foi um desafio. A coordenadora do programa, Claudia Sombrio Fronza, explicou que com o grande número de detentos cumprindo pena a entrada de pessoas de fora do presídio foi proibida para evitar a propagação da Covid-19. Na impossibilidade de desenvolver os cursos programados, o projeto está repensando as estratégias de ação.
 
A ITCP FURB, promoveu, também, uma pesquisa para sondar o tipo de acesso que seu público alvo possui às novas tecnologias e à Internet, para replanejar e continuar os trabalhos no segundo semestre de 2020. “A gente encontrou o desafio de repensar as nossas atividades utilizando da tecnologia. A população que a gente atende, de forma geral, é muito vulnerável e às vezes não tem um acesso de qualidade a essas tecnologias, o que dificulta para eles conseguirem fazer as interações quando propostas pelas redes sociais”, explica Claudia Fronza, que também é a coordenadora da ITCP FURB.
 
Entretanto, ela afirma que no primeiro semestre houve, também, a preocupação e o desafio de estabelecer vínculos entre os novos integrantes da equipe, que ingressaram pouco antes da pandemia atingir Santa Catarina e os coletivos que os projetos já acompanham. “O programa trabalhou intensamente com a formação destes novos integrantes, que incluem novos professores e bolsistas, totalizando uma equipe de 36 pessoas”, destaca Claudia. 
 
Publicação: 24/08/2020 - 19h54 - Central Multimídia de Conteúdo/Jornalismo | Foto(s): CMC


Painel