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29/06/2020 - Pesquisa estuda a representação feminina em jogos virtuais


Você já parou para prestar atenção nas personagens femininas nos jogos de videogame? A maioria é representada de forma sexualizada e quase sempre submissa aos protagonistas do sexo masculino. Pensando nisso, a professora do curso de Sistema de Informação da FURB, Luciana Pereira de Araújo Kohler, decidiu estudar essa realidade nos jogos digitais, através do projeto de pesquisa A Representação Feminina nos Jogos de Video Games.
 
O objetivo é identificar de que maneira homens e mulheres enxergam as personagens femininas no meio dos games digitais. Um dos passos do estudo é reconhecer as personagens, por meio de um levantamento dos jogos mais consumidos e que possuem maior destaque no mercado. “Assim entramos em cada um deles, verificamos se possuem personagens femininas e levantamos cada um dos pontos delas”, explica a pesquisadora. Até o momento, já foram identificadas mais de 120 figuras.
 
Segundo Luciana, um dos principais motivos para essa extrema sexualização é o grande número de jogadores do sexo masculino, apesar do grande público de mulheres que tem os jogos de videogame como hobbie. Desse modo, pesquisas nesse meio são de extrema importância para mudar essa realidade, já que “muitas adolescentes jogam e se as meninas se enxergam em uma personagem, as coisas se tornam mais fáceis. Elas entendem que podem jogar e fazer parte desse universo”, afirma a professora.
 
Desta maneira, o estudo observa que no começo, as personagens possuíam muito apelo sexual. Porém, esta realidade tem mudado aos poucos, mas ainda é um longo caminho entre a igualdade das figuras femininas e as masculinas. “Observamos que muitas vezes as personagens são retratadas em lutas com poucas roupas e sem equipamentos. Algumas personagens, como a Lara Croft, evoluíram e já estão mais equipadas, é isso que esperamos dos outros jogos também”, comentou a pesquisadora.
 
Após a conclusão da análise, o passo seguinte é a construção de uma personagem considerada com os padrões igualitários sendo retratada adequadamente no contexto em que está inserida. De acordo com Luciana, esse é o ponto de análise a que se busca chegar. “É interessante que essas mulheres sejam tratadas assim como os homens, não tão sexualizadas e com as mesmas características e equipamentos que um personagem masculino tem: capacete, luva e bota, por exemplo”, finalizou.
 
A pesquisa ainda está ligada com outro projeto da FURB, o Meninas Digitais do Vale do Itajaí, que tem como objetivo incentivar meninas de ensino fundamental e médio a realizar cursos na área de computação e tecnologias, além de atuar na igualdade de gênero relacionado a área da computação.
Publicação: 29/06/2020 - 15h54 - Central Multimídia de Conteúdo/Contribuição acadêmicas Taynara Schemes e Julia Vanderlinde | Foto(s): CMC/ Divulgação


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