A situação de pessoas negras no Vale do Itajaí (SC) será o tema da roda de conversa que marca o Dia da Consciência Negra na Universidade Regional de Blumenau (FURB), na próxima segunda-feira, dia 20 de novembro.

"Ainda vivemos uma situação que é resquício do período da colonização em que foi instituída, a partir da escravidão, uma divisão racial do trabalho, em que brancos europeus ou de seus descendentes podiam ser proprietários, podiam ter comércio, podiam ter terras, podiam trabalhar e receber salários. Entretanto, negros e negras não podiam ser proprietários, não podiam ser comerciantes, não podiam receber salário pelo trabalho. A escravidão acabou, mas, a divisão racial do trabalho ainda permanece em muitos postos que pretos e pretas não conseguem chegar”, pontua o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro (NEAB/FURB), Nelson Garcia Santos.

Para o professor, há um racismo estrutural e alguns institucionais que impedem que negros e negras assumam cargos de lideranças, de chefia e tenham bastante dificuldade em chegar a algumas profissões. “É uma discussão presente a divisão racial do trabalho. Situação de negros e negras perseguidos e perseguidas por polícias, perseguidos e perseguidas por balas que não são perdidas e, também, enchendo os cárceres do Brasil, uma vez que a grande maioria da população encarcerada são de negros e negras. A gente tem que mudar essa história, porque em pleno século XXI não é mais possível continuar com essa situação de perseguição a um povo, a uma etnia que é tão importante na história brasileira", afirma Nelson.

O coordenador do NEAB/FURB será o mediador da roda de conversa que tem ainda como convidados o representante do Movimento Negro Blumenau, Lenilso Silva e a psicóloga Tassya Gabriela, bem como os professores da FURB, Halina Leal e Carlos Silva.

A roda de conversa A situação de pessoas negras no Vale do Itajaí será a partir das 19 horas, no auditório do bloco T, no campus 1 da Universidade de Blumenau.

O acesso é livre e gratuito.