Exibição “Em nome de Cruz e Sousa” – Contemplado pelo Prêmio Catarinense de Cinema

Exibição “Em nome de Cruz e Sousa” – Contemplado pelo Prêmio Catarinense de Cinema

FURB recebe a exibição do filme “Em nome de Cruz e Sousa”  

A exibição gratuita do curta metragem “Em nome de Cruz e Sousa” acontece na terça-feira, 09 de maio, às 19h, no Espaço de Cinema e Vídeo, localizado no 3º Andar da Biblioteca Universitária Prof. Martinho Cardoso da Veiga, câmpus 1 da FURB.  

A entrada é gratuita e a exibição é aberta a comunidade. Após a exibição, haverá um momento de conversa e mediação com o diretor do filme, José Rafael Mamigonian, as roteiristas, Luana Teixeira e Beatriz Mamigonian, Drica Santos, atriz e narradora do filme, de forma remota, e com a pesquisadora, crítica de cinema e professora, Jéssica Frazão, presencialmente. A atividade conta com o apoio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), Grupo de Pesquisa em Gênero, Raça e Poder (GENERA) e Centro de Ciências Humanas e da Comunicação da FURB, através da Prof. Dra. Halina Leal.   

Sinopse 

A presença negra em Santa Catarina é marcada pela invisibilidade, apesar de pretos e pardos representarem, hoje, cerca de 15% da população do Estado. O patrimônio cultural – seja material ou imaterial – não reconhece a herança africana e valoriza apenas a luso-brasileira. A presença de africanos e afrodescendentes, historicamente, nunca foi desprezível. O desenvolvimento econômico de Santa Catarina, entre a segunda metade do século XVIII e o final do século XIX esteve atrelado à atividade baleeira e à produção de alimentos, sobretudo de farinha de mandioca. Os trabalhadores e trabalhadoras eram Angolas, Benguelas, Moçambiques e Minas, e seus filhos e netos, em regime de escravidão, ou já libertos, representavam um quarto da população da província. O que diferencia Santa Catarina de outras regiões do Brasil (e a aproxima do Sul e dos países vizinhos como Uruguai e Argentina) é a adesão aos projetos de imigração e à política de branqueamento da população, apoiadas no racismo científico, que dificultaram o acesso da população afrodescendente aos direitos associados à liberdade e à cidadania.  

No sul do Brasil, homens e mulheres negros criaram associações cívicas e recreativas que promovessem sua união, espaços que serviram para a luta antirracista. O Centro Cívico e Recreativo José Boiteux, de Florianópolis, foi uma destas associações. Sua atuação associava a reverência à memória do escritor negro João da Cruz e Sousa aos embates por visibilidade e reconhecimento dos intelectuais negros catarinenses nas primeiras décadas do século XX. O Centro Cívico contava entre seus sócios pessoas de diversas ocupações e níveis de escolaridade preocupadas com o combate à discriminação racial e a afirmação da igualdade de capacidade e direitos dos homens negros. Mais tarde, rebatizado, o Centro Cívico Cruz e Sousa teve sede no centro de Florianópolis e gozou de boas relações com os governantes na Primeira República durante mais de sete anos de existência. Foi por iniciativa de seus membros que o poeta João da Cruz e Sousa, que nasceu e cresceu na cidade, foi homenageado com a inauguração de um busto no aniversário de 25 anos de seu falecimento, em 1923. 

O curta metragem Em nome de Cruz e Sousa situa o associativismo negro do pós-abolição relacionando-o à história da presença negra e das transformações econômicas da Ilha de Santa Catarina, que vivia um período de reformas urbanas e que naquela década ganharia a primeira ponte de ligação com o continente, marco da modernização da cidade.   

O documentário é baseado em extensa pesquisa histórica e iconográfica em arquivos públicos – Arquivo Público do Estado de Santa Catarina, Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, Casa de Memória de Florianópolis, Instituto Carl Hoepcke, Biblioteca Pública de Santa Catarina, Obras Raras da Biblioteca Universitária/UFSC, Arquivo Nacional e Fundação Casa Rui Barbosa – bem como em diversos acervos particulares.  

Além de dialogar com a recente pesquisa na área da história do pós-abolição, o roteiro lida com o tema do patrimônio cultural, a partir das comemorações, homenagens e monumentalização de personagens históricos na Primeira República, desafiando os silêncios da história e da memória oficiais.  

Ficha Técnica:  

produção: Atalaia Filmes 

direção, pesquisa e montagem: José Rafael Mamigonian 
pesquisa histórica e roteiro: Luana Teixeira e Beatriz Mamigonian 

narradora: Drica Santos 

atores: André Luís Patrício e Eduardo Acaiabe 

direção de fotografia: Alan Langdon 

direção de som: João Godoy 

direção musical: Norberto Depizzolatti 

 

Contatos: atalaiafilmes@gmail.com  

https://instagram.com/emnomedecruzesousa 

https://www.facebook.com/profile.php?id=100089696965165 

 

Serviço

Exibição “Em nome de Cruz e Sousa” – Contemplado pelo Prêmio Catarinense de Cinema  

Data: 09/05/2023 

Local: Espaço de Cinema e Vídeo - 3º Andar da Biblioteca Universitária Prof. Martinho Cardoso da Veiga, câmpus 1 da FURB.  

Entrada gratuida. Aberto a comunidade.  

Lotação sujeita a capacidade do local (45 lugares). 

 

Divulgação.

 

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