Roda de Fogo promove vivências interculturais com Povo Laklãnõ/Xokleng

Roda de Fogo promove vivências interculturais com Povo Laklãnõ/Xokleng

Foto: Divulgação

Na próxima sexta-feira, dia 02, acontecerá o “Pē Bam Vãbel: Vãtxõ agklén ku Dén mē Kabel - Roda de Fogo Laklãnõ/Xokleng: diálogos e vivências interculturais”,  uma roda de conversa com o objetivo de gerar interação dos estudantes da UDESC de Ibirama e os estudantes da Pedagogia Indígena da Universidade Regional de Blumenau (FURB) com a comunidade indígena Laklãnõ/Xokleng.

O evento, organizado pelo curso de Pedagogia Indígena Xokleng, busca construir espaço de diálogo e vivência intercultural, compartilhando a cultura, os processos históricos e saberes ancestrais do Povo Laklãnõ/Xokleng. Além de compartilhar histórias, haverá preparo da alimentação e bebida típica, cantos e ritos tradicionais. A roda contará com a presença de professores, gestores, representantes da reitoria tanto da UDESC quanto da FURB, também terá a participação de lideranças, anciões, anciãs, sábios(as), professores(as) e crianças da comunidade indígena Laklãnõ/Xokleng. O evento terá início às 19h, no campus da Universidade de Ibirama, no Alto Vale. 

Os indígenas do Povo Laklãnõ/ Xokleng fazem parte de uma comunidade localizada na Terra Indígena Ibirama, em Santa Catarina. Eles são sobreviventes de um processo de colonização do Sul do Brasil iniciado em meados do século passado, que quase os exterminou. Apesar do extermínio de alguns subgrupos Xokleng no Estado, e do confinamento dos sobreviventes em área determinada, feito em 1914, os Xokleng continuam lutando para sobreviver a esta invasão, mesmo após a extinção quase total dos recursos naturais de sua terra. 

De acordo com a professora da FURB, Georgia Carneiro da Fontoura, coordenadora do curso de Pedagogia Indígena Xokleng e do Núcleo de Estudos Indígenas da FURB, a roda de fogo é muito mais que apenas uma troca de ideias: "a roda de fogo é lugar sagrado para a parada, o encontro, a escuta e a reflexão, momento em que se evocam as memórias ancestrais, transcendem-se tempos e espaços, abre-se caminho a outros horizontes, fortalecendo e reconstruindo a caminhada coletiva", afirma Georgia. Ainda segundo a professora, neste sentido, o evento é construído com intuito de acolher e compartilhar saberes, memórias e lutas de um povo milenar em nossa região, especialmente nestes 108 de resistência do povo Laklãnõ/Xokleng. “Compreendemos que vivências interculturais e em diálogo promovem espaços de encontros com saberes, memórias e existências capazes de aproximar e permitir outros olhares, leituras e convivências regionais", complementa Georgia.