Disco de Bob Dylan completa 50 anos

Disco de Bob Dylan completa 50 anos

"The Freewheelin", o segundo disco de Bob Dylan, que completa 50 anos do primeiro lançamento nesta segunda-feira, reúne a essência dos encontros que as ruas de Greenwich Village, na parte baixa de Manhattan, proporcionaram ao garoto de 21 anos.

Nessa região Dylan conheceu uma criativa jovem de 18 anos, com cabelos castanhos claros e sorriso largo. Mesmo dentro de um relacionamento conturbado, Suze Rotolo era mais do que a namorada. "Ela é a verdadeira vidente da minha alma", descreveu o taciturno compositor na biografia No Direction Home. "Eu as mostrava para ela (Suze) e perguntava: 'isso está certo?'. Porque o pai e a mãe dela eram assoviados a sindicatos e ela era interessada por essas coisas de igualdade e liberdade bem antes de mim. Eu conferia as canções com ela. Ela gostava de todas", disse Dylan ao biógrafo, Robert Shelton.

Com a ajuda de um empresário sagaz, com faro incomum para o sucesso, chamado Albert Grossman, "Blowin' in the Wind" virou antes uma canção chiclete, já que a música foi para as paradas antes do disco sair no dia 27 de maio de 1963, nas vozes do trio Peter Paul & Mary. Entre essas canções, a mais significativa era, na verdade, uma lista de questionamentos. "Quantos ouvidos um homem deve ter antes de ele conseguir ouvir as pessoas chorarem? Quantas mortes serão necessárias até ele saber que há muitas pessoas morrendo?", perguntava Dylan com o violão nas mãos e a gaita na boca.

"Blowin' in the Wind" traduzia, de uma maneira inédita, os ímpetos dos movimentos dos diretos civis e foi incansavelmente regravada – por Stevie Wonder, Joan Baez. No Brasil, é entoada, de vez em quando, pelo senador Eduardo Suplicy.
Ao mostrar a canção pela primeira vez na publicação voltada para o folk "Sing Out", Dylan tentou explicar os versos: "Não há muito o que dizer sobre, exceto que as respostas estão sendo sopradas ao vento. Não estão nos livros, nos filmes ou na TV ou em um grupo de discussões".

 

Reprodução: SITE UOL