“Quebre um estereótipo, seja feliz do seu jeito, crie sua própria concepção de natural, afinal, na natureza existem infinitas espécies e o preconceito só existe no ser humano. O cavalo marinho macho dá a luz, a minhoca é hermafrodita, o pinguim macho que choca o ovo e o ser humano cria a limitação”. Com essas palavras, a estudante Gabriela Dialencar Reitz, do 3º ano da ETEVI, encerra o artigo que representou o ensino médio de Santa Catarina na 8ª edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, cuja cerimônia de premiação aconteceu na tarde da última segunda-feira (19/8), em Brasília. Com título “Quem se define, se limita”, o texto faz uma interessante abordagem sobre estereótipo e preconceito.
O artigo foi desenvolvido no ano passado a partir de uma aula da professora de Sociologia Marilu Antunes da Silva, que soube do concurso no mesmo período em que trabalhava o tema com os alunos. A inscrição no Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero foi opcional, e Gabriela foi uma das candidatas. “Eu me interesso pelo assunto há algum tempo, e já vinha pesquisando sobre ele. Para buscar um diferencial no texto, resolvi incluir também a questão da transexualidade, não limitando o debate apenas à questão homem e mulher”, explica a estudante de 16 anos, que já escolheu Ciências Sociais como curso de graduação.
Inscrições abertas
A oitava edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero teve 5.134 trabalhos inscritos, correspondendo a um aumento de 29% em relação à anterior, segundo informações da
Secretaria de Políticas para as Mulheres. O concurso seleciona redações, artigos e projetos pedagógicos desenvolvidos em escolas de todo o país, envolvendo também estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais e especialistas.
A próxima edição da premiação já está com inscrições abertas até 30 de setembro. Gênero, mulheres, feminismos, relações raciais, geração, classe social e sexualidade são alguns dos temas. Escolas públicas e privadas de ensino médio, com projetos e ações pedagógicas para a promoção da igualdade entre mulheres e homens, poderão apresentar iniciativas voltadas ao enfrentamento à discriminação racial, étnica e de orientação sexual. Será escolhida uma escola por unidade da federação.
(Na foto acima, Gabriela e a professora Marilu com Oswaldo Duarte Filho, novo Secretário de Inclusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação)