Um grupo de alunos de Direito da FURB, acompanhado pelo professor Rodrigo José Leal, visitou o Complexo Penitenciário de São Pedro de Alcântara, ontem (dia 17), a maior unidade prisional de Santa Catarina.

 

Bem recebidos por agentes penitenciários e pelo diretor do Estabelecimento, informa Leal que muita informação foi passada durante a caminhada pelo local. Grande parte dos presos (800) do regime fechado (não há semiaberto e aberto) estava sem trabalho. Permaneciam dentro das celas ociosos. Outra parte (300) trabalhava em oficinas de fabricação de móveis, telefones e embalagens.

 

A dificuldade em oferecer mais oportunidades de trabalho estaria na falta de  agentes para fazerem revistas após cada fim de turno do preso, pois já houve casos de presos carregarem objetos (estiletes etc.) das oficinas para as celas. Há, também, falta de espaço físico para ampliar o local com mais oficinas de trabalho. Algumas empresas possuem convênio com o Estado para fornecer trabalho aos presos, relatam Leal e os alunos.

 

“Vários presos trabalhavam na cozinha da unidade. Havia ambulatório e dentista funcionando. Não havia presos estudando. Querem iniciar este ano um projeto de remição de pena pela leitura. O índice de escolaridade é muito baixo entre os presos daquela Unidade, segundo informação dos agentes prisionais”, diz Leal.

 

O grupo doou aos agentes prisionais três caixas de livros para integrar o acervo da biblioteca da Unidade.

 

A maioria dos presos está lá por condenações por tráfico de drogas, roubo e furto. A informação é de que há muita reincidência, ou seja, o preso executa a sua pena e uma vez solto volta ao sistema por falta de perspectivas.

 

Foi possível, ainda, conhecer um pouco da rotina dos agentes penitenciários, do setor de revista de visitas e da vigilância do local. Ao final, o grupo almoçou junto com os agentes da Unidade.